Yahoo! Eaí, pessoal, Sagami Riku de volta na área~
E depois de mais algum tempo ausente após a conclusão do
meu primeiro projeto aqui no blog, Blood Curses: Day, retorno com mais um post
da seção “Para escritores”, desta vez dando início a mais uma possível série de
posts abordando um dos mais básicos elementos de uma narração: seus
personagens. Ou melhor: o que faz um personagem, e o que ele representa.
Nesta matéria, vou divagar sobre e apresentar minhas
ideias dos que são basicamente os papéis mais fundamentais de um
personagem numa narrativa, quais todos já conhecem: herói, anti-herói e vilão. A
pergunta a ser feita aqui é: o que exatamente define um herói, um anti-herói
e um vilão?
Bem, a resposta para essa questão pode ser bem complicada e
sujeita a muitas discussões, pois, dependendo da história e como ela é
apresentada, pode se tornar bastante ambígua, sendo alcançada apenas através da
interpretação e ponto de vista subjetivo do leitor/espectador; mas, em termos
narrativos, é possível alcançá-la de uma maneira mais “objetiva”. Pelo menos
é o que eu vou tentar fazer aqui por meio de padrões e exemplos bem conhecidos.
Herói
Vamos começar pelo arquétipo e papel mais conhecido de todos
numa história: o herói, que hoje é quase sinônimo de protagonista, embora isso
não seja bem verdade (vou esclarecer mais isso em um post futuro).
O herói mais “clássico” é aquele indivíduo, geralmente o
protagonista da história, que busca alcançar objetivos nobres e de bem através
de meios justos e moralmente aceitáveis. Possui qualidades
admiráveis num ser humano, como coragem, fé, determinação, perseverança e
honra.
Claro, eles também podem ter seus defeitos, é algo que os fazem mais
humanos e relatáveis, mas sempre buscam ou causam algum tipo de bem maior.
Esse é o tipo mais antigo de herói e também o mais conhecido
por todos, mas, com o tempo, o arquétipo de herói foi evoluindo e se
desdobrando em diversos outros tipos, alguns também muito populares, como:
Herói trágico
Também conhecido como herói fracassado ou caído, é um tipo
mais próximo do que poderíamos dizer ser um real "ser humano", pois, como tal, ele
também comete erros e, em sua jornada, procura por algum tipo de redenção. Ou seja,
é um tipo de herói que procura, através de atos nobres e justos, o “bem
interior” que perdeu pelas falhas cometidas no passado.
Herói perdedor
Naruto, do mangá/anime de mesmo nome,
é um ótimo exemplo de herói perdedor,
pois a série foca bastante no seu
crescimento como personagem e herói.
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Herói sombrio
Por, às vezes, compartilhar de muitas semelhanças, pode ser considerado uma "derivação" do herói trágico. O herói sombrio sofre com o problema de ter de lidar com as emoções e sentimentos negativos que guarda dentro de si, frutos de um passado problemático, ou vindos de uma natureza maligna interior. Mesmo assim, tentam seguir o caminho do bem e se livrar do, ou pelo menos controlar, seu lado negativo. Alguns podem ter sido vilões no passado que se arrependeram de seus atos.
Anti-herói
Agora chegamos ao arquétipo mais confuso e ambíguo de todos:
o anti-herói. O anti-herói é aquele que pode ser considerado um herói, mas não
se encaixa em todas as “definições” de um. Em contrapartida, ele
também não é um vilão, pois não é completamente mal e, em muitos casos, pode
até ser movido por causas benevolentes.
Mesmo assim, um anti-herói pode ter muitas motivações,
comportamentos e objetivos diferentes. Mas ,de qualquer forma, suas causas, ações e/ou objetivos
sempre vão de encontro com o código moral que define um “herói clássico”, sendo assim sua antítese.
Um anti-herói pode possuir objetivos nobres, mas usar de
meios moralmente e eticamente questionáveis para alcançá-los; assim como pode
possuir objetivos mesquinhos e egoístas, mas causar o bem por conta deles;
alguns são mais “heróis”, e outros são mais “vilões”; alguns, egoístas, outros,
altruístas. Resumindo, anti-heróis são eternos conflitos morais e éticos e existe
uma grande variedade deles, por isso, aqui vou apresentar alguns poucos tipos, mas que representam bem boa parte deles:
Anti-herói justiceiro
São aqueles movidos por um senso forte, muitas vezes
radical, de justiça. Por sua visão, às vezes distorcida, do que é “justo”,
eles praticam atos que podem ser considerados imorais e antiéticos pela
sociedade comum. Mesmo assim, geralmente essas mesmas ações levam a um bem
maior. Para eles, “os fins justificam os meios”.
Seguindo quase o mesmo pretexto do anti-herói justiceiro, esses são movidos pelo desejo de vingança e podem fazer de tudo para tê-la. Geralmente seus atos imorais e antiéticos são centrados apenas a certo(s) indivíduo(s) ou grupo(s) dos quais querem se vingar. Fora disso, podem demonstrar traços tipicamente heroicos, assim como outros podem querer somente vingança e simplesmente não ligar para todo o resto.
Anti-herói egoísta
São aqueles cujos objetivos são voltados para o benefício
próprio. Podem até ser levados a causar o bem, mas, no final, eles só visam à
recompensa causada por ele, pois seguem a premissa de “dar e receber”.
Anti-herói neutro
São os mais imprevisíveis, pois esses não possuem nenhum tipo de motivação ou objetivo. Podem ser incapazes de compreender conceitos abstratos, mas fundamentais, como bem e mal, moral e imoral, justo e injusto, etc., podendo agir com calma e neutralidade mesmo nas situações mais extremas.
Vilão
Então, finalmente chegamos ao arquétipo de força contrária ao
herói: o vilão, que, embora nem sempre, geralmente se opõe ao herói e é o
antagonista da história. O vilão mais clássico tem objetivos considerados maus
e egoístas e usa de meios injustos, imorais e antiéticos para alcançá-los, não
medindo esforços e causando prejuízos, grandes ou pequenos, por meio de suas
ações malignas. Contudo, assim como o herói, o papel de vilão também sofreu suas
alterações com o passar do tempo, tais como:
Vilão trágico
É aquele cujas motivações não foram fundamentadas por puro
mal, mas por coisas mais profundas e complexas, como traumas do passado. Esses
são mais humanos e podem ter suas ações compreendidas e até mesmo justificadas.
Alguns podem ter sido heróis no passado, mas acabaram sucumbindo ao mal por
conta de alguma tragédia.
Vilão incompreendido
Esse tipo pode não ser considerado exatamente um vilão, mas é retratado como um pela história. Inicialmente são apresentados como
maus, egoístas e mesquinhos, mas, com o desenrolar da trama, um “outro
lado” deles é revelado, um mecanismo geralmente usado para dar uma reviravolta no enredo. São aqueles vilões cujos atos são mal interpretados pelos personagens
como atos de maldade, mas que, na verdade, escondem uma causa e motivação de
natureza não maldosa e, às vezes, até mesmo benevolente, podendo ser
verdadeiros heróis não reconhecidos. Eles se subdividem em dois tipos: aqueles
que escondem sua verdadeira natureza propositalmente e aqueles que simplesmente
são mal compreendidos.
Vilão falso herói
Ao contrário do vilão incompreendido, que esconde sua verdadeira
natureza por trás de uma fachada de vilão, o falso herói esconde suas intenções
malignas e egoístas por trás da fachada de um herói. Provavelmente é o tipo de pior índole listado aqui, pois engana aqueles ao seu redor enquanto também os
prejudica.
Vilão neutro/caótico
Seguindo quase a mesma premissa que a dos anti-heróis neutros, o vilão neutro/caótico, diferentemente dos anti-heróis neutros, é capaz de entender conceitos como bem e mal, moral e imoral, justo e injusto, mas não dá a mínima para eles, assim como a maioria dos vilões. Contudo, contrário a essa maioria, esse tipo não tem motivos ou objetivos claros, muitas vezes agindo por impulso e satisfação própria, não ligando para nada além de si mesmo.
Vilão perdedor
Seguindo a mesma fórmula que o herói perdedor, o vilão perdedor é aquele que muitas vezes não consegue
alcançar ou completar com sucesso seus atos maléficos e que pode até mesmo
causar o bem indiretamente através de suas trapalhadas. Mesmo assim, ainda não é
considerado um herói, pois seus objetivos estão longe de serem nobres ou
altruístas. Geralmente esse tipo é usado para efeito cômico.
* * *
E é isso, pessoal, espero ter conseguido esclarecer um pouco
mais as definições, semelhanças e diferenças desses arquétipos. Lembrando que
parte desta matéria parte da minha própria visão subjetiva do assunto, ou seja,
você não deve levar tudo escrito aqui como um fato, o importante é se você
concorda com o que foi escrito ou é capaz de construir uma visão diferente do
assunto.
Sendo assim, também não apresentei todos os tipos diferentes de heróis, anti-heróis e vilões, apenas aqueles mais básicos e que todo mundo conhece. Com isso em mente, este post também serve como base para criar seus próprios personagens, seja seguindo os arquétipos aqui apresentados, ou até mesmo fugindo deles. Enfim, use a sua imaginação.
E fiquem no aguardo para mais posts abordando assuntos como
este, pois eles estão por vir!
Abraços e até a próxima.
esse post foi muito foi muito bom,e me ensinou muita coisa obrgd
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ResponderExcluirSeu blog e muito bom, só não achei certo colocar a imagem do Goku como herói. O goku não pode ser considerado um herói já que seu único objetivo é lutar contra pessoas fortes, ele pouco se importa em salvar ou não a terra, o que ele realmente quer e lutar contra os fortes.
ResponderExcluirAs vezes eu me trato como um anti-heroi neutro caótico
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