"Depois de enfrentar seus desafios na Caverna do Desconhecido, vencendo Linus – O Vilão do Limiar, o Herói decide voltar à cidade em busca de descanso. Entretanto, ele não está mais sozinho. Secundária, uma assassina que carrega o título de “Zero Absoluta”, devido a sua personalidade fria e passado sombrio, e Terciário, aquele que carrega o fardo de ‘Bardo bêbado de bebida boa’, acompanham-no nessa jornada de volta à vila.”
Ah, é, esqueci das apresentações dessa vez. É que a
história do Herói merece um foco maior do que eu me apresentando.
Boa noite aos senhores! Esta é a segunda parte do post sobre a Jornada do Herói, a base da maioria das histórias de fantasia. Coloque a mochila nas costas, prenda as armas no cinto, e saiba mais sobre esse ciclo tão interessante.
Boa noite aos senhores! Esta é a segunda parte do post sobre a Jornada do Herói, a base da maioria das histórias de fantasia. Coloque a mochila nas costas, prenda as armas no cinto, e saiba mais sobre esse ciclo tão interessante.
Se bem me lembro, estamos no “Ventre da Baleia”. É nessa
parte da história em que o personagem heroico fará novos amigos – no nosso
caso, Secundária e Terciário - e
inimigos também. Afinal, o que seria do herói sem o vilão? O que seria de
Eragon sem Galbatorix, de Luke sem Vader, de Frodo sem Sauron, de Vong sem as
lolis? Não há sentido em haver uma pessoa boa, que deseja lutar contra todos os
males da terra, sendo que não há mal algum. E é por isso que ele está aqui: O
Quaternário!
“Quaternário era
conhecido por ser extremamente inteligente e capaz de roubar edifícios inteiros
em questão de poucos minutos. A polícia desistira de capturá-lo, pois ele
sempre escapava. Contudo, não escapou quando o Herói decidiu parar sua onda de
crimes. Muito pelo contrário: se manteve mais firme ainda.
Quando o dia chegou, todos
estavam preparados para a grande batalha, principalmente Terciário, que
carregava uma garrafa de Hidromel nº 51. Quando o vulto de armadura leve passou
por eles, logo sentiram uma presença maligna e a luta se iniciou. O Herói, com
sua espada dourada, golpeava Quaternário repetidas vezes, olhando fixamente em
seus olhos e tentando causar-lhe algum tipo de pavor. Enquanto isso, Secundária
fazia a guarda do local e Terciário caía bêbado no chão. O Herói pensou em se
dar por vencido, pois os golpes da espada longa de Quaternário eram precisos
demais e ele sequer apresentava algum cansaço. Alguma coisa tinha que acontecer
para o quadro se reverter. Do contrário, tudo acabaria ali."
Espera, espera. Sim, é isso mesmo, temos dois Vilões da
Limiar na nossa história. Não é necessário seguir à risca tudo o que está
representado no esquema, é apenas uma base para que possa desenvolver sua
fantasia de modo mais consistente. Nada te impede de fazer como eu, criando
mais um inimigo e aumentando um pouco mais os desafios do nosso grupo.
“Suas pernas estavam
bambas, e seus olhos lacrimejavam. O vento soprava gelado dentro daquela casa
abandonada. Mas Quaternário continuava forte, desferindo cada vez golpes mais
precisos no Herói. O último quase acertara sua jugular, por sorte conseguiu
desviar no último segundo, arfando. Ele, percebendo a derrota iminente, gritou:
— Terciário, a
garrafa!
O garoto olhou para
seu companheiro, que escorava-se na parede de um dos cômodos. Então, um feixe
de luz cortou a sala. Um barulho de garrafa quebrada foi ouvida, e Quaternário
caiu desmaiado no chão. O Herói, ferido em diversas partes do corpo, apenas
desabou junto e desejou viver por mais um dia.”
Após algum tempo, como quase sempre, Quaternário e Herói se
tornaram amigos. O quarteto estava formado e pronto para marchar em direção à
Capital, onde o Grande Vilão se encontrava. Agora estamos falando sobre a Aproximação
da Caverna Oculta, ou seja, a travessia por mundos desconhecidos, com nossos
protagonistas descobrindo artefatos lendários e se preparando para a grande
batalha.
“Eles estavam frente a frente com Ele. Todo o futuro do
continente estava prestes a ser decidido naquela planície vermelha, recheada de
corpos em decomposição e armas desgastadas. O Herói vestia sua armadura
reluzente dourada; Secundária carregava duas adagas de cor verde incandescente
com marcas de dragão; Terciário tocava sua harpa sagrada enquanto lambia os
beiços cobertos por Hidromel e Quaternário desembainhava sua espada roxa,
preparando-se para atacar o Grande Vilão.
A batalha finalmente começou. O Grande estava repleto de
escudos mágicos, certamente impenetráveis através de armas comuns. Em seu rosto
havia um sorriso doentio e seus olhos brilhavam como sangue sob a luz da lua.
Seu cajado, “O Dojaca” emitia faíscas quando cruzava com alguma das armas mágicas
no meio do caminho. Até que Ele resolveu acabar com aquilo de uma vez por todas.
Uma grande explosão. Gritos. Expressões de horror. Um bêbado
caído no chão, morto, com sua harpa de 51 cordas na mão. Em volta dos
guerreiros, um campo de cor verde protegia-os da explosão e dos corpos que com
ela voaram pelo campo. Sem tempo para chorar, avançaram contra o Grande, todos
de uma vez. Mesmo assim, nenhum arranhão. Então, o Herói decidiu usar seu poder
secreto que ninguém nunca tinha pensado em usar: ele utilizou a luz do sol que
refletia em sua armadura para cegar o Vilão, desconcertando-o e matando-o em
seguida.
Estava feito. Haviam ganhado. Mas perdido um amigo. E aquilo
era pior do que qualquer simples derrota.”
Quaternário X O Grande Vilão!
A recompensa nem sempre é um castelo feito de
ouro.
Então eles voltam para a casa com a sensação de dever
cumprido, mas com um enorme peso nas costas. É hora de deixar as armas de lado e rumar
de volta para a saudosa vila inicial, carregando todas as experiências que adquiriram na jornada.
Entretanto, existe mais uma coisa. Está na hora do Herói provar que aprendeu com tudo o que matou, engoliu e até provou. É hora dele ressurgir!
“A voz que chamou o Herói, no começo de sua história, finalmente
se revela. O Mestre se torna corrompido pelo ódio ao Grande,
seu irmão, e acaba por se tornar um ser completamente desequilibrado. Agora
sozinho novamente, o Herói terá de enfrentar seu mestre com tudo o que aprendeu
em sua jornada.”
Mestre x Aprendiz; Pai x Filho: é um duelo
para ver quem é o mais forte, quem conseguirá sobreviver, e quem morrerá.
"No final, tudo foi decidido no corte das espadas, no jorrar do sangue e nas lágrimas que gotejavam no chão. Somente um deles sobreviveu para passar a história adiante.
Depois de muito tempo caminhar, o vencedor finalmente chegou onde gostaria. Seus pés estavam sujos de terra, e as pernas já não aguentavam mais o peso do corpo.
Foi avistado de longe, o Herói sorrateiro, mas de alma e armadura brilhante. Ele ergueu sua espada e triunfante gritou: 'Livres! Estamos livres!"
O Herói retornou com o Elixir, ou seja, com a salvação, com o remédio que cura todos os males. No caso, ele voltou trazendo a notícia de que o Grande havia morrido, logo, não precisavam sentir mais medo: os aldeões podiam viver, finalmente, livres.
Bem vindo de volta, Pistoleiro - ou Guerreiro.
Então, conseguiram entender como funciona a Jornada do Herói? Obrigado e de nada, caso tenha entendido; obrigado, caso somente tenha lido.
Então é isso, nos vemos na próxima!
Longos dias e belas noites para os senhores.