Sempre que alguém fala em talento, lembro da seguinte história: após ouvir a apresentação fascinante de um pianista, um homem vai ao músico e diz 'nossa, eu daria minha vida para tocar como você', ao que o pianista responde 'eu dei'. (http://ano-zero.com/guia-criatividade)
Será que criatividade é genética? Será que você é criativo? Será que está preparado para o MLN?
Se quer descobrir essas respostas e filosofar sobre outras, eu sugiro que Leia Mais; o nosso primeiro post da série sobre Criatividade está te esperando!
DEFINIÇÕES E MITOS
Para que a gente consiga começar a falar sobre todo esse lance de bloqueio, o que é e como superar; precisamos, primeiro, entender o que raios a palavra “criatividade” significa.
Ser criativo é possuir a capacidade de encontrar caminhos alternativos, em vez de seguir por aquela rota engessada e custosa de sempre. É olhar as coisas por uma perspectiva diferente, como também é conseguir gerar lucro através de meios novos. Ser criativo é saber inovar no momento certo: como construir uma narrativa diferente? Como construir personagens diferentes de certa maneira? Como metaforizar um acontecimento? Em síntese: Como criar coisas novas e interessantes?
Tudo isso é parte do grande ciclo da criatividade. Não há uma definição correta, pois se trata de um fenômeno multifacetado, ou seja, que pode se apresentar de diferentes formas para você. Entretanto, perceba que eu não disse, em nenhum momento, coisas que você não conseguiria fazer. Você consegue criar uma narrativa envolvente e diferente, como também possui a capacidade de fazer de uma premissa boba ou ingênua, algo bastante legal. Sendo assim, o que te distingue do seu artista predileto?
O senso-comum passa uma ideia bastante excludente no que tange esse questionamento, dizendo que algumas pessoas nascem com o dom, outras simplesmente têm de aceitar o fato de não serem criativas. Vamos destrinchar esse conceito por partes, como sempre fazemos.
Primeiro: capacidades intelectuais apresentam, sim, origens genéticas. Uma pesquisa recente utilizou 172 pessoas, vindas de 5 famílias de origens diferentes, e analisou suas aptidões sobre criatividade musical, como a facilidade para improvisar, compor e criar arranjos diferentes, como também para analisar o ritmo e timing das músicas. No final, acabaram por descobrir que os indivíduos com habilidades musicais superiores à média apresentavam uma variação igual nos genes ou no número dessas variações. E um fato curioso é que, acidentalmente, acabaram também por encontrar relações com psicopatologias – doenças psicológicas – em indivíduos mais criativos. Caso queiram, deixem aí nos comentários se desejam um post sobre isso. Além disso, vários outros estudos na área encontraram essa relação (links no final do post, para quem se interessar).
E-Espera! Eu juro que tem notícia boa!
Segundo: Você pode superar sua condição genética. As pessoas analisadas não são gênios, mas apresentam uma capacidade maior de abstração, que, trocando em miúdos, significa que elas conseguem aprender coisas mais facilmente. Porém, você e essa pessoa com facilidades de aprendizado têm algo em comum: ambas precisarão se esforçar para alcançar o que desejam (como ficar pró naquele personagem do MOBA que você joga com os amigos no fim de semana), mas esse esforço será diferente — um precisará de um pouco mais, outro de um pouco menos; o que não impede você de se tornar alguém melhor em uma atividade do que essa outra pessoa através da prática constante (assunto do próximo post!).
Outro mito bastante comum é o da criatividade independente. Não fique achando que se inspirar em alguém é errado e irá fazer com que você trilhe o mesmo caminho! Não existem ideias criativas a priori, independentes de outras. Tudo o que você observa e admira teve inspiração em outras coisas, mais ou menos conhecidas.
Quer ver? Vamos pegar os filmes da Pixar como exemplo. Os Incríveis tem inspiração nos clássicos 007 e Superman; Wall-E faz referência aos filmes Curto Circuito e 2001: Uma Odisseia no Espaço; e até mesmo UP – Altos Choros, tem inspiração nos filmes Above then Beyond (filme estudantil) e O Balão Vermelho. Assim, não se preocupe com a noção criar algo completamente novo e revolucionário: a criatividade também bebe de fontes de inspiração, que podem te ajudar — e muito — no desenvolvimento de uma boa e interessante história.
Essa lâmpada tem muita história pra contar.
POR QUE EU AINDA NÃO SOU CRIATIVO?
Simplesmente porque não te disseram que isso era possível. Qual é, vai me dizer que é mentira? Não me desafie, ferona!
Nos seus anos na escola, as respostas já estavam prontas, você sabe disso. Mesmo para as matérias de cunho filosófico, você ainda tinha que acertar, gabaritar aquela prova, entender do jeito tradicional aquele pensamento kantiano. Você nunca teve, nesse sistema educacional, liberdade completa para pensar do jeito que quisesse. Sempre foi condicionado à um caminho, à um objetivo que, muitas vezes, você nem faz(ia) ideia do que estava procurando de verdade.
Nós estamos cercados de informações e somos ensinados a não consumir nenhuma delas — você achar que aprender com um mestre vai te fazer um perdedor criativo é um reflexo disso — , afinal, a tarefa está destinada àqueles que possuem o dom. Desde sempre nós fomos ensinados a aceitar respostas prontas como verdades e sequer ligar pra isso. Então, como fica seu pensamento criativo, toda aquela liberdade e inovação que conversamos logo de início?
Além disso, temos outro problema bastante preocupante em nossa base de educação, pautada em métodos que vêm lá das fábricas: a condenação dos erros. Se pensar de um jeito estritamente produtivo, erros não são admissíveis. Entretanto, não estamos produzindo placas de vídeo, mas pessoas.
Nós aprendemos muito através dos nossos erros. Se você já encaminhou uma novel para nosso site, observou que sempre procuramos apontar suas dificuldades dentro da narrativa, como a pontuação, gramática e enredo; e também colocamos alguns links ao final do e-mail. Tudo isso para que você aprenda com seus erros e encaminhe textos cada vez melhores.
Seja um gato: estude seus erros.
Se não estiver disposto a mandar sua novel e ser reprovado, como quer ter ideias brilhantes para o desenvolvimento de sua história? O medo do sucesso é algo que devemos evitar. Parece contraditório, mas, muitas vezes, pensamos que é preferível escrever uma história com enredo já consolidado a arriscar em novos personagens, situações, descrições, diálogos. Porém, o mercado já está lotado de pessoas e histórias assim. O que acha de inovar?
O que acha de ser criativo?
POR QUE EU PRECISO SER CRIATIVO?
Agora que estamos no final do post, creio que a resposta para essa pergunta tenha se tornado um pouco óbvia. Como vimos acima, somos condicionados a não exercer a criatividade desde os tempos da educação formal mais remota. Dessa forma, a maioria da população não sente necessidade real de inovar, afinal, já têm um emprego formal e vivem com estabilidade, mas a sociedade fica meio estagnada, sem muitos avanços. Porém, quando alguém que sente essa necessidade aparece, ele ganha destaque.
Um destaque muito mais do que financeiro, aliás. Ao surgir com ideias inovadoras, as atenções pairam sobre seu trabalho e surge a necessidade de continuar inovando — que nada mais é do que exercer sua criatividade.
Aqui no site, por exemplo, prezamos pela qualidade de nossas histórias. Não desejamos mais uma história, mas sim um enredo que cative e faça você, ferona, continuar acompanhando as peripécias de seus personagens.
Você precisa ser criativo para todas as coisas.
E quando isso for disseminado, teremos mais qualidade e o nível aumentará.
Não tenha medo do sucesso e prepare-se para errar.
E se deseja saber como treinar esse mecanismo, não perca nosso próximo post da série Criatividade.
FONTES:
Ano Zero, Guia definitivo da criatividade.
Brain Blogger, Decoding Creativity - It's in the genes!
Dúvidas, questionamentos e filosofias são bem-vindas nos comentários.
Longos dias e belas noites.
Pelo que aparenta, serei o primeiro a comentar neste post.
ResponderExcluirEu gostaria de agradecer por escreve-lo, me ajudou muito.Por mais difícil que está sendo para mim enfrentar o bloqueio criativo, eu continuo a tentar escrever e descobrir esse site, está me ajudando mais e mais e algum dia espero que consiga enviar uma história minha a vocês.
Agradeço de verdade pelo o incentivo e motivação (e a destruição dos mesmos em alguns posts) que vocês fornecem aos escritores.
Se ainda estiver por aqui, obrigado pelo comentário; fico realmente feliz com sua determinação em ser publicado. Aguardamos sua história!
Excluirestou pensando em começar a escrever uma light novel, porém minha experiência é zero, nunca li uma, apenas assisti alguns animes, queria uma opinião sobre a seguinte questão : tento escrever com o conhecimento que tenho — penso que isso possa gerar algo diferente — ou devo primeiro ler algumas obras para aumentar meu acervo ? espero ansiosamente. By: Tals
ResponderExcluirOlá, Trebor/Tals. Pois então, seu pensamento está quase correto. Possuir um acervo diversificado é muito importante, afinal, como mesmo disse, a chance de sair do padrão e criar algo novo é maior. Todavia, não estamos falando sobre textos de forma geral, mas sim sobre um estilo específico: no caso, a light novel. Recomendamos, sim, que procure se informar a respeito do estilo característico das novels e também ler algumas para ter uma noção. Assim, você entende as peculiaridades do estilo e pode utilizar sua bagagem cultural de uma maneira mais refinada. Deu pra sacar a ideia? Valeu pelo comentário e, qualquer dúvida, só perguntar novamente. Abraços.
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