Olá, pessoal!
Sentiam falta das nossas postagens de dicas? Calma que elas voltaram! Quem vos fala é a Tany Isuzu para mais algumas dicas de como tornar a sua narrativa minimamente suportável para a equipe de avaliação!
Falaremos hoje de ritmo! Sendo assim, preparem-se para alterar coisas em suas novels e vamos lá!
Quem aqui gosta de música? Ritmo é algo importante para a música, não é mesmo? Um bom ritmo pode carregar até uma música com letra horrível. Um ritmo ruim pode acabar com até a mais bela das músicas. No entanto, é preciso entender o ritmo para melhorar a narrativa?
Mas é claro que sim!
Vejamos um exemplo bem básico de Gary Provost, um escritor americano:
Esta frase tem cinco palavras. Aqui há mais cinco palavras. Frases de cinco palavras funcionam. Mas várias juntas fica monótono. Escute o que está acontecendo. A leitura se torna tediosa. O som começa a zumbir. É como um disco riscado. O ouvido pede mais variedade.
Cansativo e chato de ler, não é mesmo? Mas e se intercalarmos com frases de tamanhos e estruturas diferentes? Vejamos outro exemplo de Provost:
Agora ouça. Vario o comprimento de cada frase, e crio música. Música. A escrita canta. Tem um ritmo agradável, uma cadência, uma harmonia. Uso frases curtas. E uso frases de comprimento intermediário. E às vezes, quando estou certo de que o leitor está descansado, o envolvo com uma frase de comprimento considerável, uma frase que arde com energia e que sobe com todo o ímpeto de um crescendo, do rufar de tambores, do choque dos címbalos – sons que dizem: ouça isto, é importante. Portanto, escreva com uma combinação de frases curtas, médias e longas. Crie um som que agrade os ouvidos do leitor. Não escreva apenas palavras. Escreva música.
Bem mais agradável, não é mesmo? O ritmo é uma ferramenta importante para prender o leitor em sua história.
O ritmo narrativo, todavia, não é tão fácil de captar quanto o musical, mas ele muda a forma como interpretamos a história.
Aqui vão algumas dicas de como melhorar seu ritmo narrativo:
Não se atenha a uma mesma estrutura. Podemos ver pelo exemplo de Provost lá em cima! Intercale. Brinque um pouco com o comprimento de seus parágrafos. Estruture-os corretamente. Nos convide para entender o que eles dizem a nós.
Brinque com a sua pontuação. Torne suas frases agradáveis de ler. Sem pausas desnecessárias. Frases muito curtas. Muito. Muito curtas. Incomodam. Bastante. Como as desse parágrafo.
Mas também sem frases muito grandes que nos deixem sem ar para acompanhar o que se passa ou muito menos que nos confundam por sua extensão e comprimento, afinal, alguém gosta de ler frases gigantescas como essa que acabei de escrever? Creio que não.
Aqui vão alguns macetes rápido da Tany:
Mas também sem frases muito grandes que nos deixem sem ar para acompanhar o que se passa ou muito menos que nos confundam por sua extensão e comprimento, afinal, alguém gosta de ler frases gigantescas como essa que acabei de escrever? Creio que não.
Aqui vão alguns macetes rápido da Tany:
- Jamais faça frases de mais de quatro linhas. Jamais.
- Evite parágrafos de uma frase só. Especialmente se forem com mais de três linhas.
- Se a frase tem muitas vírgulas, considere reformulá-la.
Lembrando, sempre, que vírgulas e ponto finais seguem regras claras, não adianta usar o ritmo narrativo como desculpa para erros de pontuação!
Quer entender como a vírgula funciona? Clique aqui e confira nossa postagem!
Ritmo é como um gato: pode saltar de um lado para o outro, ou dormir e comer bem devagar. Tudo em uma mesma história.
A prosa deve passar emoção, e o ritmo deve cooperar com isso. Complicado? Vamos a alguns exemplos simples.
Estava assustada. Sentia algo. Um passo, então outro. Passou a mão no bolso. Queria sentir o celular. Falhou em tranquilizá-la. Pensou ouvir algo. Outro passo, mais um. Seguia reto. Só podia seguir reto. Queria acelerar o passo. Não podia. Medo. Muito medo. Mais um passo. Não estava perto de casa. Ainda sentia algo perto de si. Mais um passo.
Aqui, as frases curtas criam a sensação de urgência. O narrador se sente perseguido e ameaçado. Ao mesmo tempo, as frases e repetição da ideia de passo cria em nós o mesmo medo de que o narrador está sendo encurralado. Agora, vejamos o mesmo trecho, mas com um ritmo menos acelerado:
Estava assustada e sentia algo atrás de si, ouviu um passo e mais outro. Levou a mão ao bolso para sentir o celular e tranquilizar-se, não funcionou, ainda podia ouvir algo, mais um passo ecoou atrás de si. Ela continuou reto pela rua, não havia como sair de lá. Desejava correr, ao menos andar mais rápido, qualquer coisa para poder sair dali, mas não podia. Sentia muito medo, ouviu outro passo, no entanto, não estava perto de casa. A sensação de ter algo aproximando-se dela só piorava conforme escutou outro passo, cada vez mais próximo de si.
O trecho foi estendido e mais detalhes. Dessa vez, a sensação de urgência diminuiu, mas a sensação de inabilidade e medo aumentou.
Fica a seu critério decidir qual prosa se encaixa para qual momento. Essas não são as únicas possibilidades, brinque com seu ritmo. Torne-o uma arma para fazer com que sintamos o que seus personagens sentem.
Use o ritmo para dar vida ao seu texto.
Obrigado pelas dicas,planejo fazer uma light novel em breve ^^
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá galera do MLN. Sei que essa não é a intenção desse post, mas eu queria saber se, em light novels, eu posso mudar repentinamente o cenário? Como alguns mangás fazem em que eles mostram vários lugares diferentes de um mundo.Dessa forma eles conseguem ilustrar melhor o que irá acontecer em seguida, na região especifica na qual esta acontecendo um conflito.
ResponderExcluirOlá, Marcelo.
ExcluirPoderia explicar um pouco melhor a sua dúvida? Mudanças repentinas de cenário ou cena podem ocorrer na prosa, mas precisam de um bom delimitador ou corte, para não parecer que você está jogando o leitor de um lado pra o outro.