Meu primeiro capítulo precisa ter ação! É verdade?

      Bom dia, boa tarde ou boa noite, Feronas. Kyn aqui com uma postagem que desejo esclarecer um conceito que muitos têm sobre o primeiro capítulo. Aliás, já temos uma postagem sobre primeiro capítulo, o que vocês deveriam ler para entenderem mais a respeito de primeiro capítulo, pois hoje só vou tocar em um assunto: ação no primeiro capítulo é obrigatório?

     Mas o primeiro capítulo não precisa ser tiro, porrada e bomba para cativar o leitor?

     Vamos lá. Muitos seguem esse conceito ao pé da letra. Em uma parte, pode ser verdade, mas não é verdade absoluta! Por exemplo, se sua novel é um romance escolar, vai querer colocar uma luta de shounen de cara? Claro que não.      

     Se sua obra tem o foco em ação e combate, sim, pode ser uma boa ideia apresentar esses dois conceitos no primeiro capítulo para o leitor, já que sua novel vai ser voltada a isso, porém, vamos pensar um pouco. E para facilitar, vamos trabalhar em exemplos.

      Como primeiro capítulo, quero apresentar um grupo de personagens em uma guerra.

      Okay, esse é o objetivo que você decidiu. Há várias e várias maneiras de se trabalhar a construção de um primeiro capítulo, mas, por motivos de querer deixar a postagem enorme, vou apresentar duas formas.

      A primeira forma, se você for o tipo de autor que prefere tiro, porrada e bomba, claramente você poderia já começar na ação. Apresentando os personagens em uma batalha, descrever e narrar a batalha, e depois dela, apresentar os personagens e, se possível, apresentar com o mínimo possível de exposição o seu mundo. É uma ideia, é possível, desde que você não apresse todos esses acontecimentos e os descreva com paciência e oferecendo o tempo necessário para cada um fluir bem na narração.

      Porém, agora irei chegar no meu ponto, não é obrigatório começar com a ação! Em um cenário de guerra, você pode explorar muitas mais coisas. Uma ideia, por exemplo, seria começar com a apresentação dos personagens e suas relações. O capítulo poderia ser inteiramente sobre a relação desse grupo, e olha só a sacada de mestre, utilizar essas cenas para apresentar o ambiente do seu mundo sem exposição? Olha só que mágico. E, no final, escrever um gancho para a querida ação se necessário. Mas claro, se o capítulo for inteiro com apresentação do mundo e personagens, faça-os parecem interessantes. Não queremos ver um capítulo cheio de personagens sem graça.

    Mas se não tiver ação, não vai ficar chato?       

      Se fosse assim, não existiria obras de romance ou slice-of-life no mundo. Nem tudo precisa de ação, lutas, aventura, conceitos do gênero. Isso tudo depende do tipo de autor que você é, sobre o que quer escrever e para quem está escrevendo. 

     Vamos dizer que quer fazer uma obra com escola mágica. Novamente, você, se desejar, desde que não escreva de maneira desinteressante e com exposição pura, pode passar o capítulo inteiro apresentando a escola, o mundo e os personagens e só apresentar a ação, se quiser ainda, com um gancho no final do capítulo. Se quer escrever uma obra de aventura, o que é poderia ser mais importante que a ação nesse cenário? A aventura, oras. Explorar o mundo e sua história, personagens, motivação da aventura, entre outras coisas. 

     Para não causar mal-entendido, vamos deixar algo bem claro. Ação no primeiro capítulo não é ruim se escrita bem, mas você não precisa se obrigar a escrevê-la o mais rápido possível para prender o leitor, há diversas outras formas de fazer isso.

    Conclusão

        Tudo depende de você, não se obrigue a fazer coisas em sua obra que você não queira. Colocar ação, apresentar plot, personagens, a escolha é sua. A coisa mais importante que você deve seguir é: seu primeiro capítulo precisa ser interessante e cativar o leitor. Isso é óbvio, pois ele é a porta de entrada do seu leitor e você quer que volte mais vezes para ler. Mas ação e apresentação do plot da obra não é obrigatório no primeiro capítulo para realizar isso. 

        Há muitos autores que estragam seu primeiro capítulo pois levam ao pé da letra essa ideia de "PRECISO APRESENTAR O PLOT E A AÇÃO" e, ao fazerem isso, fazem tão apressadamente no capítulo que o resultado acaba sendo totalmente desinteressante e forçado. Há aqueles que apresentam com super exposição do mundo nas três primeiras linhas da obra, há aqueles que fazem o conflito de maneira tão forçada que parece que o autor só queria terminar de escrever de uma vez... Não seja esse tipo de autor. Escreve o que é necessário quando for necessário.

     Então não force nada que não é necessário no seu capítulo. Se for, ao menos dê o tempo que o acontecimento, descrevendo e narrando ele bem.   

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