Cliffhanger significa ficar preso em um penhasco. E é isso. Não sabemos se quem está preso vai cair, se será salvo, se a queda é realmente um problema, como leitores ficamos "pendurados" na expectativa até o próximo capítulo, episódio, livro ou página.
Era uma técnica comum nas novelas de folhetim e ainda é muito usada em diversas mídias, deixavam o protagonista (ou outra personagem com foque) em perigo iminente pouco antes do capítulo da semana acabar. O que vai acontecer com ele? Você quer muito saber, mas precisará esperar até o próximo lançamento.
Cruel com o leitor? Maldade deixar as pessoas esperando? Ou será que não?
Vamos conhecer um pouco sobre esse recurso narrativo na postagem de hoje, clique no leia mais e não esqueça de deixar seu feedback, é muito importante para nós.
Primeiro de tudo, o cliffhanger é essencial? Não.
Cliffhanger é um recurso interessante, se bem utilizado e bem combinado ao gênero e momento em que se encontra a narrativa. Por exemplo, se você estiver escrevendo uma novel de suspense ou mistério, o cliffhanger pode ser uma boa ferramenta para manter o leitor preso à história, mesmo nos capítulos em que pouco aconteça, também pode ser usado para manter a tensão de um capítulo para o outro. Porém, ele não é delegado a somente gêneros de suspense, podendo ser utilizado em todos os tipos de histórias para se criar uma tensão para o próximo capítulo.
Um cliffhanger anuncia que uma resposta está por vir e deixa o leitor ansioso por ela. Não importa se é uma resposta já aguardada há três livros ou há uma página. Não importa se é uma grande revelação ou só o resultado do último conflito. O que importa é o que leitor está ansioso para saber.
Sendo assim, vamos falar de como utilizar bem esse recurso. O cliffhanger não deve ser só uma cena interrompida. É preciso que haja uma tensão bem construída para que você possa postergar a entrega da resposta.
Se você fizer uma boa entrega da resposta para o cliffhanger, mas o leitor não ligar para ela, irá perder todo o potencial da tensão criada para a resolução do conflito. Perde uma chance de cativar seu leitor.
Não é enfiando um cliffhanger em tudo quanto é capítulo que sua novel será boa. Lembrem-se, tudo em exagero é ruim. Os cliffhangers são como uma cobertura especial para o bolo, se usado várias vezes, não vamos mais ficar aguardando ansiosos por ela, muito menos sentir as regalias do seu gosto. Se tornará mais um empecilho do que uma ajuda ao texto.
Eu preciso resolver uma situação imediatamente? Não. Mas recomendamos não deixar o leitor esperando, nem tentar "fazê-lo" de tonto. Você pode começar o capítulo seguinte sem a solução imediata, mas precisa apresentar essa solução uma hora, em especial, para que o leitor não se sinta feito de trouxa por ficar na expectativa por aquilo.
Não use cliffhangers seguidos, resolva o problema de um cliffhanger antes de apresentar o próximo. Se o Brayan estiver preso no penhasco em um capítulo, você não pode terminar o próximo com o Fatou levando um tiro sem resolver a situação do Brayan primeiro, estamos entendidos?
Como criar a tensão para um cliffhanger bom? Antes de tudo, você precisa ver se a situação se desenvolve para um cliffhanger, não dá para criar mistério sobre quem está na porta do protagonista se sabemos que ele está esperando pela melhor amiga. Porém, se for uma noite após um acidente, ele acha que a amiga está morta, mas de repente, ele recebe uma ligação dela?
É ela mesmo quem está ligando? É alguém usando o número dela? Ela está bem? Não? O leitor ficará se perguntando isso enquanto aguarda o próximo capítulo. E se eu ver algum ferona tentando usar esse exemplo na novel, pode aguardar a reprovação automática.
Mas toda vez que eu quiser conectar os capítulos, eu preciso do cliffhanger? Não também. Use ganchos. São um recurso menos dramático que o cliffhanger e que funciona tão bem quanto para conectar seus capítulos.
Por exemplo, as personagens se esforçaram para vencer um vilão, quem as informa que seu objetivo está além do portão que ele protege. O capítulo termina com o vilão derrotado e o protagonista colocando as mãos no portão. É um cliffhanger? Não. Funciona para conectar com o próximo capítulo? Sim. Deixa o leitor curioso para o que estava além do portão? Quem sabe, aí fica a mercê da sua habilidade como escritor.
O que esperamos de um cliffhanger? Que você nos surpreenda. Lembra a postagem sobre primeiros capítulos? Queremos algo que nos deixe com gostinho de quero mais, que nos faça querer continuar lendo. Um cliffhanger bem usado pode ser tanto a resposta para a provação quando para reprovação de um ferona, então ponderem bastante sobre o usar um ou não.
"Se o Brayan estiver preso no penhasco em um capítulo, você não pode terminar o próximo com o Fatou levando um tiro sem resolver a situação do Brayan primeiro"
ResponderExcluirSpoilers de um futuro crossover da MLN?
Quem sabe~
ExcluirQuem sabe~