Eu aposto que você já deve ter visto ou jogado um daqueles dispositivos portáteis que diziam conter 9999 jogos. O conjunto de alguns botões, uma carcaça de plástico e os mesmos jogos com velocidades diferentes era capaz de transportar as crianças para lugares totalmente novos, desviando de carrinhos em alta velocidade ou tentando bater seu próprio recorde no Tetris. E se tem uma coisa que os Brick Games podem ensinar te ensinar é que, independente da complexidade da narrativa, flexibilidade criativa é uma das maiores qualidades que um escritor pode desenvolver.
Flexibilidade criativa
Flexibilidade significa ser capaz de pensar em ideias diferentes umas das outras. Quando você é um autor com boa capacidade de flexibilidade criativa, você consegue pular de ideia em ideia, mesmo que uma coisa não tenha nada a ver com a outra. Muitas dessas ideias, inclusive, podem ser totalmente novas e divertidas. Para escritores que estão procurando um novo tema para escrever ou para aqueles que estão tentando melhorar um enredo, flexibilidade narrativa é algo que você precisa desenvolver. Sem isso, suas histórias tenderão a se tornar cada vez mais repetitivas e pouco criativas.
Flexibilidade narrativa/criativa é uma habilidade como qualquer outra. Algumas pessoas fazem isso mais facilmente, outras têm mais dificuldade. A maioria das crianças, porém, cria histórias flexíveis sem pestanejar. Caixas de papelão são castelos, bananas são telefones. Entretanto, enquanto crescemos, nós tendemos a limitar os conceitos que conhecemos ao que já sabemos sobre o mundo. Ao contrário da flexibilidade, a rigidez criativa acontece quando se torna difícil imaginar algo familiar sendo usado de outro jeito ou em um contexto diferente.
Para sermos criativos, precisamos desconstruir a ideia de que certo objeto apenas tem a função normalmente designada a ele. Se Tolkien não tivesse ido além da ideia de árvores serem árvores, ele não teria criado os Ents, as criaturas-árvore guardiãs das florestas.
Exercício
- Dê uma olhada nos objetos abaixo.
- Escreva cada um deles em formato de lista, um embaixo do outro, em um documento no computador ou em uma folha de papel.
- Em seguida, escreva na frente de cada um a função que ele normalmente tem no mundo real.
- Depois, pense e escreva funções diferentes (pouco comuns) para cada objeto.
- Escova de cabelo
- Bloco de anotações
- Desodorante
- Caneca
- Barbeador
- Tapete
Por exemplo, eu vou te ajudar com tapete. Tapetes são usados para revestir e embelezar pisos. Mas eu posso usar tapetes para sair voando por aí, enrolar um cadáver, fazer a massa de pizza de um monstro que come tapetes, cobrir a entrada de um alçapão escondido, matar alguém de alergia, esconder pertences, fazer cócegas... E por aí vai.
Dica: Considere todas as propriedades do objeto ao invés do objeto em si. Um tapete serve para deixar as coisas bonitas, mas ele possui outros atributos, como peso, tamanho, textura, cor e material. Ao olhar para as diversas características que compõem o item escolhido, você pode deduzir usos diferentes pautados em cada aspecto dele.
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Exercício perfeito! Estava mesmo precisando, já que muitas vezes preciso revisar uma ou duas vezes um cap, para ter idéias mais criativas para o futuro. E muitas vezes essas idéias estão sempre a vista, esse exercício me passou a mesma sensação. Parabéns pela postagem!
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, CsC! Fico muito feliz em ter ajudado.
ResponderExcluirAbraços!