Revisando! A Estrutura dos Cinco Atos

 E cá estamos com outro Revisando!, o quadro para relembrar e revisar conteúdos que já abordamos antes. Se você acompanhou as últimas postagens do quadro, deve lembrar de quando falei da Estrutura dos Três Atos. Se não, clique no link e vá ler lá primeiro.

    Pois bem, a estrutura dos três atos nos dá o básico: a história precisa de um começo, meio e fim.

    Até aí, tudo bem, certo? Mas a narrativa pode ser resumida só a isso? Muitos estudos, desde a criação dessa primeira estrutura, dizem o contrário. Não vim aqui dar uma aula de história da literatura, nem nada do tipo, por isso não vou entrar em nomes de autores. Acredito que você, ferona, veio aqui na verdade para aprender sobre a estrutura e não para saber como ou por quem foi criada.

    No entanto, uma coisa que gostaria que você soubesse é que a estrutura dos três atos é bem antiga, datando desde Aristóteles, em seu livro sobre a poética grega. Percebe desde quanto tempo a narrativa tem sido estudada? A maioria das dicas que damos aqui no blog já vem sendo passadas há séculos, pouca coisa é novidade. Mas, enfim, percebendo que a estrutura de três atos podia ser melhor elaborada, o dramaturgo alemão, Gustav Feytag, acrescentou mais dois atos a ela. Se quiser entender melhor todos os estudos e evoluções que uma estrutura passou até chegar em outra, procure esses nominhos no google e corra atrás.

    Agora sim, acabou a aula de história da literatura, mesmo que muito resumida. Vamos falar da estrutura em si.

    A Estrutura dos Cinco Atos pode ser divida em:

1. INTRODUÇÃO / EXPOSIÇÃO

    Igual ao primeiro ato da Estrutura dos Três Atos, aqui nós temos a normalidade. A vida "tranquila" dos personagens é apresentada para o leitor, o mundo é estabelecido. E por "mundo" eu me refiro a sua construção de universo, os poderes, as lendas, os mitos, os deuses, os avanços científicos, tudo isso deve ser introduzido (e não explicado longamente em um prólogo super monótono, por favor, pense na forma como você vai expor sua informação). 

    É nesse ato, também, que o conflito principal deve ser introduzido. O conflito será o que vai mudar a vida tranquila do protagonista, algo que ficará entre ele e seu objetivo, para compreender os tipos de conflito, recomendo que leiam o Revisando! de Conflitos: Parte 1, Parte 2 & Parte 3.

2. AÇÃO CRESCENTE

    O conflito introduzido no primeiro ato começa a complicar, novos fatores e conflitos secundários começam a aparecer para auxiliar ou atrapalhar nossos personagens principais. Novamente, leia a postagem de conflitos para ver outros conflitos que você pode introduzir em sua narrativa, ou confira esta postagem, sobre formas de incrementar seus conflitos.

    É nesse ato que o maior conflito da trama será revelado e a vitória sobre os desafios é conquistada a muito custo.

3. CLÍMAX

    Chegamos ao ponto de virada! É neste ato que ocorre uma mudança notável na jornada do protagonista para alcançar seu objetivo. A virada iniciada no terceiro ato irá acelerar os eventos para testar o personagem principal antes do fim da história. 

    É o momento de maior ação: o início da queda ou da ascensão. Eles provarão que tem capacidade para superar aquele obstáculo ou irão falhar em sua busca?

    O que acontece em seguida irá mudar a vida dos personagens de maneira permanente, é nessa parte que você deve deixar claro ao leitor todos os riscos que os personagens estão enfrentando e o que eles irão perder se falharem. Precisa mostrar que o perigo é real e tem consequências.

4. AÇÃO DECRECENTE

     É aqui que o conflito entre vilão e herói irá acontecer. Já explicamos antes, mas o antagonista não precisa ser necessariamente uma pessoa e essa disputa não precisa ser uma luta. É neste ato que saberemos quem venceu e quem perdeu. 

    O personagem principal pode experimentar um Momento de Franqueza ou Força que devem colocar em dúvida a verdadeira resolução da história. Valeu a pena toda jornada percorrida? Aquele resultado foi mesmo o esperado? É a hora de dar essas respostas. É aqui que você deve explicar as conquistas e perdas dos seus personagens.

5. RESOLUÇÃO

    É aqui que tudo acaba. Todos os conflitos são resolvidos, alguns ganchos podem ficar para o próximo arco ou volume, mas o conflito daquele arco/volume deve ser concluído neste ato. 

    Os personagens irão voltar a sua vida normal e repensam sobre sua aventura, no que aprenderam e em como aquilo os mudou. Um novo conflito pode surgir disso. O leitor vai se deparar com momentos de catarse, ou seja, momentos emocionalmente fortes que levam a uma reação e reflexão condizentes.

    Se quiserem conversar sobre essa estrutura e outras formas de planejamento de narrativa, estejam convidados a se juntar a nosso servidor do discord!

E ficamos por aqui por hoje! Os comentários estão abertos para dúvidas, sugestões, observações e outros. 

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