Hello, feronas, como vocês estão? Espero que estejam todos bem, e prontos para mais uma caçada, sim, isso mesmo, hoje é dia de caçar, hoje é dia dos caçadores de reprovações! O quadro em que nenhum escritor quer estar. Mas como um sacrifício é necessário... Aqui vamos nós!
Vamos lá, começando de onde muitos de vocês
adoram começar, um prólogo, algo que interage com o universo escrito e não
necessariamente se passa no mesmo espaço-tempo da obra na sequência de capítulos.
Vou dar a vocês um tempinho. Leiam ele primeiro...
...
...
...
E aí? O que acharam, claro, relevando todos
os erros marcados? Se acha que está tudo nos conformes, saiba que você está
certo e errado! O que, como assim? Calma, calma, vou te explicar, senta aí e se
aconchega.
Primeiro. O que vocês acham que um prólogo deve
conter? Se lembrarmos da postagem que o Vong escreveu há um tempinho, lá em “Escrevendo Prólogos”,
os prólogos podem precisam ter três coisas essenciais:
1. algo relacionado ao (ou o próprio)
personagem principal;
2. dicas do futuro;
3. Pense bem no que vai falar.
Ao analisarmos o prólogo em questão, podemos ver
que os itens 1 e 2 estão feitos, sem problemas, mas ao checarmos o item 3... Pois
é, o problema aqui não se encontra exatamente no que está escrito, e sim na
forma que está. Uma mãe que diz ao seu filho sentir muito por não estar mais ao
lado dele. Legal, mas e depois? E o contexto em relação ao personagem? E as dicas,
como elas se relacionam com esse protagonista?
Num bom prólogo, é sempre bom colocarmos um pouquinho
de tudo, mundo, personagens, enredo, e por aí vai. Aqui, falta quase tudo isso,
é tudo vago e confuso, isso não desperta interesse no leitor como deveria.
Claro, exageros são ruins também, mas deveria ter algo escrito a mais nesse prólogo.
Aqui temos um clássico, o famoso “tudo ia bem,
até que...”. Esse é uma das várias formas de promover uma história, criar
empatia pelo protagonista com uma vida cotidiana normal, até que o chamado a
aventura... bem, o chame.
O grande problema aqui é o que ocorre depois,
esse trecho clichê e sem impacto. Tenha em mente que clichê não significa
necessariamente que é ruim, apenas que é algo com pouca criatividade. Se bem-feito,
até a cena do caminhão atropelando o protagonista e o enviando para outro mundo
pode ficar boa. Não foi o caso aqui.
A falta de impacto foi causada por ser um trecho relativamente
curto envolvendo a morte do protagonista que acabamos de conhecer e não temos
sequer a informação do seu nome, ou seja, não foi o melhor dos jeitos de
começar.
Esse trecho é bom. Apesar de ser uma morte clichê,
ele passa o sentimento que teve a intenção de passar, e sustenta ele, apesar de
novamente, ser um tanto apagado pela falta de empatia que o leitor sente pelo
protagonista por não sabermos nada sobre ele.
Apenas digo que, pessoal, não coloquem dupliquem
ou tripliquem, ou qualquer multiplicação de pontuação que vocês queiram, não
façam isso, usar esse artificio não só é gramaticalmente incorreto, como não
passar a sensação de maior urgência, ou dúvida, ou incerteza, ou qualquer que
seja a sensação que a pontuação de vocês queira passar ao leitor.
E por final, temos uma cena que tenta ser tocante
a sua maneira. O protagonista, já morto, vê seu corpo e a cena tenta passar
empatia e tocar o leitor. Ganhamos um pouco de contexto em relação à cena, o
que torna tudo mais imersivo na narrativa, apesar que dar um contexto de que “o
protagonista foi devolver um livro” e apenas isso já seria o suficiente para
consertar os problemas anteriores.
Ah, sim, pessoas, não esqueçam de usar itálico
nos seus pensamentos, é mais fácil de visualizar na leitura, elegante e
preferível pela grande maioria dentre os escritores e leitores do blog.
Os comentários estão sempre
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