Várias histórias possuem elementos de mistério para intrigar o leitor e fazê-lo querer continuar. Seja um gancho bem executado que mantém o leitor ansioso pelo próximo capítulo, como a tensão para saber como tudo vai se resolver.
Na postagem de hoje, vamos dar algumas dicas de como melhorar esse aspecto da sua história, seja ela um mistério ou não.
Portanto, em vez de pensar em um novo poderzinho para seu protagonista que irá resolver a situação, ou uma solução mágica nunca antes explicada ao leitor, clique no Leia Mais e vamos aprender um pouco.
Todos gostamos de um mistério bem estruturado. A Borboleta na Tormenta não seria um projeto tão empolgante se não nos deixasse ansiosos pela resolução de todos os enigmas apresentados desde o primeiro capítulo até hoje.
Saber criar um bom mistério não funciona para história de mistério apenas. Saber criar uma boa imersão e algo que faça o leitor querer saber "qual a resposta", "como vão resolver isso" é essencial para que você mantenha a atenção dele na sua obra.
Aqui vão algumas dicas essenciais para se manter um bom mistério:
Apresente todas as peças para a resolução
Boa parte da graça de acompanhar o mistério em uma trama é tentar desvendar sozinho, criar suas próprias teorias, juntar as peças e pensar "era isso!" ou "era isso?!" quando a solução chegar. E para tal, o leitor precisa de todas as peças do quebra-cabeça, todas as informações necessárias para resolver sozinho.
Não tem graça quando o detetive chega e resolve tudo com uma informação nova, a qual nós, leitores, nunca tivemos acesso antes, não é mesmo? O mistério perde seu apelo. Como se nunca tivéssemos uma chance de resolver nós mesmos.
Ao apresentar tudo que o leitor precisa saber, no entanto, você deve tomar cuidado para não jogar todas as peças em uma bandeja de prata. Se o leitor descobrir o resultado cedo demais, ele não vai ficar entretido até o fim. Vai achar chato ou pensar que seus personagens são burros por não terem descoberto ainda.
Haverá momentos em que o leitor vai descobrir antes do que você, autor, previa, mas isso é algo que você deve aceitar. No entanto, é preciso estar sempre ciente de que é necessário um equilíbrio, sua história não pode ser complexa demais para o público ou fácil demais. Uma boa forma de descobrir se está no caminho certo é conseguir leitores betas e pedir o feedback conforme avançam na trama, está sendo fácil demais para eles? Difícil demais?
O que você pode dificultar sem tornar muito forçado? O que você pode facilitar sem entregar todas as cartas de uma vez?
Use pistas falsas
Aquela pista que fica no canto da sua mente, você não consegue encaixar ela com mais nada, tudo parece se conectar, mas, com aquela peça, as coisas ficam mais complicadas. É algo muito comum na vida real, pensamos que algum detalhe é mais importante do que realmente é, ou que tal coisa tem um significado mais profundo. Coincidências existem na vida real, e podem existir na sua história. Desde que não a estraguem, obviamente.
Nunca esqueça que suas cenas precisam ter significado, aquela pista que não fazia sentido com o mistério pode levar os personagens até uma pista de verdade, ou até colocá-los no caminho certo. Use as pistas falsas com cuidado. E, como sempre, não abuse delas.
Como dito antes, não deixe tudo tão fácil. Faça seu leitor pensar. Você não quer que esse mistério que deu tanto trabalho de montar seja resolvido após o leitor ler duas páginas, não é mesmo? As pistas falsas estão lá para dar um tempero especial, nos fazer pensar se é aquilo mesmo ou não. Elas precisam ser críveis, mas ainda assim ter uma dica de que podem não ser bem a realidade.
Não jogue nada na cara
As pistas precisam vir com naturalidade. Uma coisa é se detetive analisar a cena com calma e ver os pontos que não batem na história, outra é ele literalmente tropeçar em uma pista muito importante. Coincidências podem acontecer, mas não devem ser forçadas.
Considere como o leitor, que não tem os mesmos conhecimentos que você da trama, irá encarar aquela descoberta. Como ele irá conectar esses fatos? Você não pode prever como todos os leitores vão pensar, mas pode se esforçar para tentar ler sua própria história do ponto de vista de quem não sabe nada. Novamente, ter o auxílio de leitores beta é muito importante para isso.
Uma boa forma de desenvolver o mistério é fazer com que o leitor consiga solucioná-lo pouco antes da solução ficar explícita na história. O leitor pode conectar todas as peças instantes antes do detetive chegar e explicar a situação com detalhes. Assim, sentimos que descobrimos as coisas na medida certa, dando mais força ao clímax da história, acompanhando para descobrir se nosso raciocínio estava certo ou não, mal percebemos que as páginas passam.
As pistas que você deu vão criando uma imagem que vai ficando mais clara aos poucos na cabeça do leitor, ele tem uma expectativa de solução. Uma imagem se forma de como é o quebra-cabeça final todo montado. Você pode quebrar essa expectativa, mas nem sempre isso será bom. Uma boa reviravolta que muda nossa perspectiva por completo é legal, mas, se mal executada, poderá tirar toda a diversão de acompanhar o mistério até então.
Plot twists
Já falamos sobre eles anteriormente. São uma boa forma de surpreender o leitor, uma forma de estimulá-lo a analisar o mistério por outra perspectiva. Pegar as dicas que não achou importante ou deixar passar sem querer. O mais importante no plot twist é que não seja forçado, o leitor precisa ler e pensar "nossa, é mesmo", "realmente, isso faz sentido", "como não pensei nisso?"
E você não precisa utilizar o plot twist sempre, como tudo na escrita, evite exagerar. Sua história pode nem precisar dele.
Cuidado na hora da revelação
Algumas histórias nos mantém cativados mais pela jornada do que pelo final. Finais não tão incríveis podem funcionar, por mais estranho que pareça, mas a história ainda precisa ser interessante. No entanto, em um mistério, quando o maior fator de interesse é descobrir o que está acontecendo, quem é o culpado, se a solução final for algo besta, o leitor se sentirá traído ou enganado com a premissa. E você quer tudo, menos que o leitor pense que sua obra foi uma perda de tempo.
Tome cuidado com as respostas dos seus mistérios. Pense bem em qual impacto elas vão causar, como o leitor irá encará-las. É mais fácil pensar na pergunta do que a resposta, realmente, mas a resposta ainda é o que fará a pergunta valer a pena. Se esforce na sua solução e em como apresentá-la. Não tente a resposta mais fácil, busque algo inovador e interessante. Algo que você mesmo, se fosse o leitor da sua história, acharia incrível.
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